sábado, 28 de agosto de 2010

Gor – Fantasias sem limites

(por: Ananda Valeeva)

Se você gosta de ir além do lugar comum , tem mente aberta e quer experiências diferentes e excitantes, o universo Gor é um mais interessantes criados no SL. Baseado na série de livros “Crônicas de Gor”, de John Norman, este mundo alternativo reproduz fielmente as ruas, construções e estilo de vida da novela que combina filosofia, ficção científica e erotismo.

Os costumes e aventuras encontrados nos livros inspiraram a existência de uma sub-cultura BDSM – Bondage (escravidão), Disciplina e Sado/Masoquismo. E nesta cultura quem dita as regras são os homens, subjulgando as mulheres; os seguidores desse estilo de vida são chamados de Goreans.

Nos porões da mente humana, tudo pode acontecer e quando se fala “tudo”, isso inclui desejos e fantasias que, talvez sequer pensemos em admitir. Na busca por lugares onde instintos e desejos afloram mais livremente, fiz uma imersão neste estilo de vida único. Encarnei personagens Gorean na busca detalhada para entender quem aprecia o que é considerado tabu e marginal por muitos.

É possível ver alguns Goreans fora do universo deles, em clubes, visitando parques e jardins. Identificá-los é simples, pois costumam ser um mestre (master) ou uma mestra (mistress) acompanhado de escravas(os) que usam uma coleira controlada -pelo master/mistress, claro- e puxada por correntes. Ainda que seja uma sociedade machista, é possível encontrar mulheres dominantes com homens submissos passeando pelas ruas na versão virtual.

Ao entrar em algum SIM Gor você pode optar por ser livre ou, se você quiser mais adrenalina, Kajira (escrava) e Kajiru (escravo), e pegar uma das roupas gratuitas oferecidas logo na entrada. É preciso ler e respeitar as regras para entrar nesse novo mundo.



Meu primeiro personagem foi uma Kajira vestida sensualmente de branco, descalça, com saia transparente de seda e um top sumário. Uma das regras é que a escrava (o) deve usar uma roupa de fácil acesso as suas partes privadas, não dificultando a vida do master/mistress ou de quem ele seja “emprestado”.

Caminhei em direção ao portão principal e senti a tensão ao ver dois belos guardiões que me encaravam sérios. Nenhuma palavra foi dita, segui curiosa, sem saber como agir. Em uma praça central pude ver uma Mestra com seu escravo ajoelhado a seus pés e pude aprender duas regras básicas: como Kajira (escrava) eu sempre devo me ajoelhar aos pés dos mestres e cumprimentá-los sem citar seus nomes, sem mostrar intimidade.



Gentil, uma mestra me passou inúmeros notecards para minha leitura e compreensão do que é ser um Gorean. Alguns escravos me ofereceram ajuda e explicações; uma até passou animações para eu me ajoelhar. Que sensação estranha e surreal estar ajoelhada servindo alguém!

Uma obediente escrava ruiva perguntou se eu já tinha um mestre, dizendo que o dela gostaria muito de mim e se ofereceu para me apresentar a ele. Lá fui eu ao encontro do Mestre. Um avatar forte, belo e gentil, que respondeu algumas de minhas perguntas. Mas, outra vez recebi mais uma coleção de notecards para ler, quando tentei saber mais detalhes.

Fui avisada sobre aceitar a coleira e fiquei atenta para não pegar mais nada que me dessem. Quem usa o colar dá liberdade ao mestre de controlar suas ações e submetê-lo as suas vontades. Ao redor do mestre estavam três escravas e eu, todas ajoelhadas, incluindo uma delas que estava no colo dele, topless.



Consegui saber que um escravo deve servir ao seu mestre da forma como lhe for exigido, incluindo sexualmente, até servindo outros avatares, se assim desejar seu mestre. Os escravos fazem questão de escrever em chat aberto, tudo o que desejam fazer para agradar ao mestre e se estão com medo de ser punidos, e o mestre também responde e ordena tudo em chat aberto. Há um acordo de que todos os presentes saibam como é a relação entre mestre e escravo.



Cumprimentei as irmãs e irmãos, como se chamam entre si os escravos, pedi permissão solenemente ao mestre para me retirar e voei LIVRE para um SIM iluminado e menos controlado por regras.

Após ter “digerido” a experiência eu precisava saber como era o outro lado e voltei a Gor, agora vestida com um vestido longo e sensual e andando altivamente, como uma Mistress. Confesso que fiquei preocupada se aquele mestre com quem falei antes estaria lá…

Entrevistei um escravo, que mais parecia um cordeirinho. O italiano se ajoelhou aos meus pés e até beijou-os (até essa animação existe na SL!), dizendo em alto e bom tom que estava lá para me servir como eu desejasse e que se ele não fosse bom, que eu poderia puni-lo com o salto de meu sapato. Ainda que eu me afastasse, ele me seguia de joelhos, entregue a qualquer um de meus caprichos, se eu os tivesse.

Que sensação de poder. Isso mexe com o alter ego de qualquer um. Eu agora tinha um escravo pra me servir e fazer TUDO o que eu pedisse. Ele até mencionou em detalhes o que poderia fazer por mim. Muito excitante !…

Como em tudo sempre há a rebeldia, este escravo contou para a sua mistress temporária (eu), que há um grupo de “fora da lei”, que são mulheres selvagens, que decidem o que querem ser. Hora são mestras e adoram “caçar” escravos com seus arco e flechas, hora podem ser escravas se quiserem. Elas são banidas de Gor, exatamente porque abominam regras. É claro que fui conhecê-las e fiquei impressionada com a beleza, sensualidade e determinação dessas caçadoras selvagens e impetuosas, que andam quase nuas na floresta. Mesmo sabendo que elas podem ser caçadas e mortas ou transformadas à força em escravas, as Panthers (como são chamadas), preferem os riscos e aventuras a coleira.



Desta vez eu quis partilhar com vocês as impressões sobre um estilo de vida diferente e instigante, que me levou a conhecer um pouco mais os porões da mente humana, e o que leva a pessoa por traz do avatar a escolher tais aventuras.

No mínimo vale a visita, libere qualquer preconceito e se deixe levar pela cultura Gor.

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