quarta-feira, 3 de julho de 2013

MESA REDONDA

MESA REDONDA

por Lívia Santana Este será um bate bola sobre sexo, como as mesas redondas de futebol. Mais especificamente "Comportamento". Práticas positivas, negativas, ridículas, expectativas, frustrações, sucessos, fracassos, machismos... O objetivo é fazer um artigo em que as pessoas possam ler e pensar: "Nossa, mas eu sempre pensei que fazendo isso eu arrasava!" ou então: "Eu também acho!". Fora com mal entendidos e tabus. Um papo franco, de verdade, com gente de verdade. Lívia Santana, 22 anos Luiz Carlos Carvalho, 52 anos, Paulo de Resende, 26 anos, Rafaela Cardoso, 23 anos, Sandra Baldessin, 44 anos, Zander Catta Preta, 33 anos, Roberta Febran, 24 anos, e o namorado Matteo, 28 anos. Lívia: Bem pessoal, sejam bem vindos, vamos começar em termos gerais: Sexo é importante? LC Carvalho: SEXO É BOM! Concordo com a Marina Lima. Lívia: Um aparte, Luca: sexo pode ser bom ou ruim, quero saber se é importante. Paulo: Eu acho importante demais. Tão importante que uso com moderação... Roberta: Sexo faz parte de tudo, se você prestar atenção nos seus pensamentos vai ver que qualquer coisa que lhe vier à cabeça pode ser relacionada ao sexo. Rafaela: Ultimamente eu tenho me sentido uma personagem de Sex & the City, porque sempre que me reúno com minhas amigas o assunto em pauta é SEXO. Pode-se falar em tudo, mas o que sempre vem à tona: SEXO. E sim, é muito importante. Faz falta para o bom humor, a suavidade e o brilho da pele, entre outras coisas. Sandra Regina: É mais do que importante: é fundamental LC Carvalho: Fundamental. Ok, Paulo. Lívia: Ótimo... Concordo, e dou ênfase à observação do Paulo. Sandra Regina: Hum, também concordo com a observação do Paulo. Zander: Fundamental, não sei, afinal de contas se sobrevive sem sexo. É importante, de certo: fato. A sociedade é montada em função da oferta de sexo. Mas acho que existe uma sobrevalorização do sexo, da mesma forma que existia na corte à amada ou ao trato ao sexo frágil. Lívia: O que se procura numa relação sexual? LC Carvalho: A gente não está indo muito rápido pra relação sexual? Cadê as preliminares? Roberta: É, cadê as preliminares? Lívia: Calma, estou perguntando em termos gerais, não sobre ações... Ainda estamos nas preliminares, quero saber de sentimentos, de sensações... LC Carvalho: Ora, primeiro encontro e já assim... Vou acender o meu charuto... Roberta: LC acaba de perder qualquer chance que poderia ter um dia de fazer sexo comigo... (risada) Paulo: Bom, voltando à pergunta... Posso falar de uma visão muito pessoal. Veja bem, pra mim o sexo é CONSEQÜÊNCIA de uma paixão, ou de um caso de amor... É uma forma de entrega posterior à certeza de que valerá a pena. Roberta: Discordo Paulo. Sexo é sexo, amor é amor. Lívia: Então sexo mecânico para você está excluído, certo, Paulo? Sandra Regina: Eu não penso como o Paulo. Nem com a Roberta. Paulo: Sim, no sentido de "fazer por fazer". Zander: Existe sexo sexo, e existe relação sem sexo. Existe até amor sem sexo (não quero minha avó pensando em mim com fins sexuais, pelo amor de Deus!). Não gosto de regras no e para o sexo. Não mesmo. Sandra Regina: A pergunta é: o que eu procuro numa relação sexual? Lívia: Sim. O que você busca quando faz sexo? Rafaela: O melhor sexo é aquele em que há uma troca ideal de energias. Pode parecer papo de bicho-grilo, mas não tem nada melhor do que a harmonia na cama. Melhora o relacionamento, traz intimidade instantaneamente. Quando o sexo é ruim, ou apenas não tem aquela química perfeita, ou o encaixe ideal, o relacionamento cai na mesmice muito mais facilmente. LC Carvalho: Bem, eu sou como um pássaro em muda... Até o ano passado eu tinha uma visão sobre coisas relacionadas ao sexo... Mas, separado recentemente e de cara limpa (sem bebida) ando meio zen... Acho que estou dizendo que o "carnal" da relação muda um pouco. Sandra Regina: Eu procuro satisfazer a minha necessidade de prazer, e tudo que se relaciona a ela. Roberta: Puxa isso é relativo... Não tenho sempre os mesmos objetivos em todas as relações... Têm dias em que eu quero apenas jogar meu namorado na cama e o fazer gozar, e está ótimo. Têm outros em que o objetivo é mais o meu prazer do que o dele e ainda outros em que gozar nem importa, só quero ficar com ele. Simples assim, depende do meu humor atual, de como foi o dia, etc. Lívia: Claro, eu concordo... O que se busca numa relação sexual não pode ser padronizado, certo? Depende da situação, do parceiro, do dia do mês (risada). Paulo: Veja bem, isso que a Roberta falou quer dizer que sexo não é o ponto principal (afinal de contas, ele depende do dia, do humor etc.) Eu acho isso o máximo porque, se for entendido pelos dois, corta a ansiedade... A coisa rola de uma forma muito melhor. LC Carvalho: Sem ansiedade, mas às vezes rola atração fatal... Já rolou com vocês? Tesão incontrolável? Lívia: Sexo pelo sexo, a meu ver, perde a graça muito rapidamente se não puder proporcionar mais, ir além... Assim como filme pornô sem história... Zander: A analogia de sexo pornô é perfeita. Rafaela: Concordo. O melhor do relacionamento é poder ter a variação com segurança, com a certeza de que amanhã você pode vir igual ou diferente q será melhor ainda q hoje, ou seja, se você chegar toda fogosa amanhã, querendo dar assim que ele abrir a porta, ou se quiser só ficar cheia de carinhos ele vai estar pronto para o que for, porque a vida a dois é muito mais que sexo. Além do mais, filme pornô pra mim é filme de comédia, justamente por ser tão mecânico. Roberta: Por sinal ele (o namorado) está aqui querendo participar. LC Carvalho: Por mim é bem vindo. Lívia: Claro, participe! Roberta: Digam olá pro Matteo, pessoas... LC Carvalho: Olá. Lívia: Oi, Matteo. (Viu Luca, pára de cantar a namorada do cara... risos). Paulo: Oi, Matteo. Sandra Regina: Gostaria de fazer um aparte. Posso Lívia? Lívia: Pode mandar Sandra. Sandra Regina: É o seguinte: o nosso cérebro trabalha com a idéia do prazer, já ouviram falar no sistema punição e recompensa? É bem assim que funciona a sexualidade. Lívia: Punição e recompensa? Neste caso? Elabora mais, Sandra? Sandra Regina: Sim, mas não como a palavra sugere. É um sistema, fazemos sexo por conta do prazer, só isso; então a pergunta é: O que te dá prazer? O aconchego, a afetividade? O sexo ligado à psique ou ao órgão? Lívia: Concordo, o cerne da questão é esse. Paulo: Eu diria que está ligado a ambos... Arriscaria, inclusive, dizer que mais à psiquê. Sandra Regina: Com certeza, Paulo, desde que passamos a olhar no rosto do parceiro, o sexo virou coisa da psique. Lívia: Sim, sexo na cabeça, Sandra... Até porque, excitação é algo predominantemente psicológico. Está certo, homens podem dizer que ficam excitados com a visão de uma mulher nua... Mas tenho pra mim que nenhuma imagem, som, cheiro, gosto ou toque pode despertar excitação sexual se eu não estiver na sintonia. Roberta: Bem, eu tenho 1001 maneiras de ver o sexo, até mesmo por causa da minha religião... Pagã, druída, strega. Digo religião para entenderem, mas é uma filosofia de vida na verdade. LC Carvalho: Bem, sou de uma geração dita de "sexo, drogas e rock 'n roll"... Lívia: O que quer dizer com isso, Luca? Sandra Regina: Eu sou da geração do Luca. Zander: Eu sou da geração sexo no saco plástico. Camisinha, Playboys, VHS, putas online e sexo na TV. LC Carvalho: Antes sexo era "proibido"... Portanto a relação de sexo para nós é bem "Hair", amor livre e descobertas do corpo, do outro... Havia mais "Paz e Amor" no lance... Rafaela: Já eu, sou quase isso, sou de uma geração de Educação Sentimental. E o sexo é uma das melhores formas de se educar e de ser educada. (risos) Lívia: Uma coisa sensorial, apenas? (risada) Boa, Rafaela! Sandra Regina: Discordo um pouco de você Luca, não foi assim para as mulheres... LC Carvalho: Ao dizer isso, a minha intenção foi te ouvir, Sandra... Sandra Regina: Elas continuaram sendo discriminadas porque gostavam de sexo e praticavam o tal "amor livre" seja lá o que for isso... LC Carvalho: Creio que nós homens mudamos muito, concorda Paulo? Paulo: Luca, eu vejo de uma forma dicotômica... Parece que, com a idéia de liberação, os opostos radicais se sobressaem muito... Predomina a idéia de que está tudo liberado, e isso leva a comportamentos que eu abomino, como puxar uma mulher pelo cabelo na boate e tascar um beijo, depois arrastar para o carro... Do outro lado, estão os "manés", que não vêem as coisas dessa forma. Sandra Regina: O Paulo está certo, esse comportamento é troglodita, como toda mudança, tem o lado bom e o ruim. Matteo: Olha só, eu acho que o sexo ao contrário do que dizem por aí não está ligado aos instintos, mas sim à cabeça mesmo. Claro que qualquer adolescente vai sentir as transformações no corpo, etc., mas um moleque que é criado em ambiente evangélico, por exemplo, jamais vai explorar tudo que o sexo pode oferecer. LC Carvalho: Sim, patriarcado e machismo, mesmo com aprovação das "mulheres"... Sandra Regina: A maioria das minhas amigas casou grávida e se divorciaram depois de passar anos agüentando um cara dizer pra elas que casou só porque ela estava de barriga, e coisas assim... Inventaram o anticoncepcional, mas o acesso para as solteiras não era tão fácil como hoje. LC Carvalho: Eu vivi 25 anos com a mãe de minha filha... Não casei porque ela estivesse grávida, mas porque nos encontramos em muitas coisas. Acho que a vida é isso, a arte do encontro. Sandra Regina: É a sua história Luca, mas a maioria das histórias não é bem assim. A maioria dos homens achava que a responsabilidade por evitar a gravidez era da mulher. Zander: Eu não afirmaria isso assim de prima. Eu acho que a tendência era e ainda é essa aí. Mas eu conheço dezenas de casos tanto de um lado como de outro dessa história. Roberta: Até hoje acham. LC Carvalho: Sandra mudou muito entre você e a nova geração? Sandra Regina: Totalmente, eu converso com meus alunos e fico abismada, literalmente. LC Carvalho: Como assim? Sandra eu convivo com jovens de vinte e poucos anos, ouço muito a nova geração, e por incrível, eles me ouvem... Ontem estive com um grupo pi (dai saem os projetos pi.neo pi.rata) formado basicamente por jovens... Sandra Regina: É o seguinte Luca: a nossa geração fazia sexo por "amor", o amor justificava tudo (supostamente); lembra-se da prova de amor? A gente dava porque estava com tesão, mas ninguém admitia isso: não, tinha que ser algo superior, o AMOR... E isso era péssimo, porque confundia as pessoas. Rafaela: Mas será que não existem várias formas de amar? Uma coisa é você comer ou dar uma vez só e nunca mais encontrar na vida. Outra é você manter uma relação mesmo q só sexual com uma pessoa. Para mim aí já há amor. Um tipo q não o estereotipado para casar, ter filhos e viver para sempre. Digo, estereotipado como único universalmente. Acho até, que naquela única transa pode ter havido amor, é aquela velha história rubeniana que é preciso alma até para chupar um chicabon! Lívia: Concordo, Rafaela! LC Carvalho: Ah, tesão é bom pra tudo na vida... Fazer arte sem tesão é mecânica... Paulo: (risada) Eu imagino a confusão! Lívia: Ótimo, mas sabe do que mais, Sandra? Eu vejo muito isso ainda... Porque as mulheres e os homens que pensavam assim e estacionaram, criaram os filhos, hoje jovens e adolescentes, pensando assim. Sandra Regina: É Lívia, tem sim, as mais certinhas hoje ainda usam essa justificativa, embora hoje haja mais liberdade pra se fazer sexo sem jurar amor eterno. Naquela época nós mentíamos para nós mesmas e obrigávamos os homens a mentir também. (Continua na próxima edição...)

domingo, 19 de agosto de 2012

Descubra-se

Como está a sua submissão? Sempre que nós, submissas, nos entregamos a um Dominador, é com o coração em festa e com muita alegria. Nossos dias ficam mais intensos...nossos sentimentos também. Nos despojamos de nossas vontades para realizar as vontades de nosso Dono e assim seguimos felizes e motivadas. Através das tarefas, das ordens recebidas e dos contatos com o Dono, vamos mantendo sempre acesa a chama da felicidade. Nada nos deixa mais tranquilas do que se entregar aos pés daquele a quem amamos com o corpo e a alma. Cumprimos qualquer ordem para ter um pouquinho da atenção e do carinho do Dono. Se nos reportarmos ao Brasil-colônia, no período da escravidão, vemos que os escravos viviam numa sensala, trabalhando exaustivamente, sem direito a concessões ou prêmios. A alimentação era escassa - mais como punição ou tortura do que propriamente por escassez de alimento. Estupros, maus tratos, espancamentos e castigos humilhantes e fisicos eram impostos sem regras ou leis que os impedissem de agir. Não eram considerados cidadãos e por isso não tinham direito legal algum. Eram usados das formas mais cruéis sem que pudessem reclamar a alguém. Portanto, não tinham prazer em servir...serviam por que eram subjugados e forçados. Ao contrário, num harém, as odaliscas - que eram as escravas dos sultões e faraós, apesar de serem jovens mulheres sequestradas dos povos mais pobres para viverem a serviço deles, recebiam um tratamento mais cuidadoso. Eram tratadas com esmero e estavam sempre bonitas para seu Senhor. O tratamento que recebiam era voltado ao bem estar fisico da odalisca para que esta estivesse sempre bem disposta a servir seu Faraó. Tinham alimentação saudável, vestimentas encantadoras e a atenção das Senhoras incumbidas de cuidar delas. Além disso a cada noite era escolhida uma das odaliscas para estar a serviço do Faraó. Não tinham direito a sair do palácio ou receber visitas, mas o harém era alegre e festivo. Mesmo com todas essas regalias, eram consideradas escravas porque muitas eram tiradas contra a vontade do convivio de suas familias e companheiros. Duas visões diferentes de escravidão, onde em ambos os casos, o comando pertencia a alguém que detinha o poder na época. Esse poder era exercicido através de regras e leis próprias. No SM, a "escravidão" acontece diferente porque a relação existe dentro da consensualidade. Tudo é pre estabelecido e se algum dos envolvidos quebra essas regras, a relação pode ser desfeita. Nesse ponto é inaceitável que aquela que se predispôs a ser comandada por alguém e aceitou as regras combinadas. se comporte de maneira nada submissa, cobrando, exigindo ou se lamentando o tempo todo. Por não vivermos essa relação integralmente como era antigamente - não vivermos juntos com o Dono, termos que separar nossa vida pessoal da vida do SM - nos limita em muito essa vivência. A entrega pode não ser total...podemos nos perder diante de alguns obstáculos e imposições da vida baunilha; e isso pode levar à quebra de ilusões e interesse. Não é raro a escrava sentir ciume, se queixar, se sentir preterida quando pertence a um harém. Os sentimentos que trazemos da vida baunilha nos acompanham e muitas vezes causam a ruptura de uma relação que a princípio parecia duradoura e sólida. Dividir é difícil...aceitar que o Dono não nos pertence e sim nós a Ele, é tão complicado como dividir por exemplo o marido com outra. Os sentimentos não mudam no SM...se você é ciumenta e possessiva será assim tanto na vida baunilha quanto no SM. Então, aquela relação que começou cheia de entusiasmo e de certezas, começa a perder força e intensidade. Começa a fase em que a escrava se questiona, se revolta - mesmo que intimamente - , se desmotiva e por aí vai. É chegada a hora de dar uma parada e analisar o que está acontecendo. Se é uma fase em que fazendo um exame de consciência se percebe que todas as apreensões e inseguranças são "invenções" desnecessárias ou se avaliando toda a história da relação, se descobre que de fato não é isso que quer viver. Se decidir que não está bom, avalie melhor suas necessidades e suas fantasias e procure outra forma de relação que te faça mais feliz. Porém, se descobrir, que mesmo com seus temores (infundados), você se sente feliz e percebe que está vivendo o que sempre desejou, é hora de repensar, se autoanalisar, respirar fundo e investir..investir nas sua fantasia...nos seus desejos e na sua felicidade. E nesse ponto, você terá amadurecido mais um pouco e poderá dar a Seu Dono o que Ele merece...sem choro, lágrimas e nem lamentações.. Eu decidi que por mais crises que eu tenha quero ser feliz, fazendo meu DONO feliz. Sei que passarei por essas fases outras vezes porque além de escrava, sou mulher e por isso mais emotiva. E você? Já sabe em que lado se encontra? por: karla { K@ }

Dominação não é falta de educação

A primeira coisa que uma pessoa precisa quando se propõe viver o BDSM é saber negociar. Segundo o dicionário Aurélio negociar é: firmar, acordar. Especialmente os TOPs – palavra que identifica os Dominadores e Dominadoras - deveriam gastar mais tempo nesse importante momento do primeiro passo, uma vez que ele é o alicerce do relacionamento que há de se firmar. Caso não dê certo, boa parte da responsabilidade é de quem domina. Quantas vezes um contato é iniciado, por email, chat, MSN, Orkut, etc., ou até mesmo pessoalmente, e a empolgação da primeira conversa não é suficiente para garantir mais dois ou três novos contatos. Nesta fase, que para uns pode ser curta e para outros bem longa, é que as pessoas devem entender as suas motivações e avaliar se têm condições ou não de vivenciar o que está sendo proposto. Existem situações ou vivências que por mais desafiadoras e desejáveis que sejam, não servem para todos. Hoje, a nossa sociedade ocidental, levanta cada vez mais a bandeira de direitos iguais entre os gêneros e, sobretudo, da emancipação feminina, por esta razão, os relacionamentos têm se tornado cada vez mais complexos. É utopia pensar que num primeiro contato o Dominador pode chegar diante da possível escrava e chamá-la de cadela, vadia, ou putinha e que as coisas vão funcionar às mil maravilhas, ou acreditar que ela vai cair de joelhos aos seus pés, ainda que esta seja a fantasia dos envolvidos. Uma relação precisa ser construída, ter bases sólidas, objetivos claros, pois só assim pode se tornar duradoura e prazerosa. A escrava precisa ser respeitada e a partir daí estabelece-se um jogo de sedução mútuo, onde quem domina precisa ter claro que quem se entrega não é um objeto, mas sim o complemento para a realização dos prazeres de ambos. Há de se entender que as primeiras conversas são para trocarem experiências, se conhecerem , falar sobre suas fantasias e seus limites, até mesmo de suas personalidades. E nesta hora, uma boa educação é fundamental, afinal, o Dominador não terá outra oportunidade para causar a primeira boa impressão. http://mestreka.com/bdsm/artigos/dominacao/104-dominacao-nao-e-falta-de-educacao

Não está aguentando? Pede para sair!

Esta frase já conhecida tomou mais evidência ainda em todo o Brasil com o Filme Tropa de Elite, na cena em que o protagonista Capitão Nascimento impunha um pesado treinamento aos seus soldados. Aproveitando o lançamento do Filme Tropa de Elite 2 e em conversas que tenho tido recentemente com escravas que me procuram em busca de viver suas fantasias de submissão, resolvi falar um pouco sobre a minha forma de conduzir uma relação D/s. Digo que antemão os questionários de pré-seleção que recebo pelo site, com raríssimas exceções são de pessoas que não conheço no virtual, nem tão pouco no mundo real. Logo, não posso ter nada contra ninguém, que ante a vontade de viver suas fantasias opta por escrever de uma forma educada e transparente sobre seus desejos. Normalmente deste primeiro contato por email, seguem outros, com algumas converso no MSN e com menor número por telefone. Ultimamente tenho até aproveitado algumas oportunidades para conhecer escravas antes de concluirmos as negociações e elas se decidirem por me pertencer. Em todas as conversas eu procuro ouvi-las em seus desejos, mas também falar as principais nuances de minha fantasia. E procuro deixar bem claro o que quero por dois motivos: primeiro porque não tenho mais a ilusão de que depois de uma conversa de uma hora dá para ir para uma sessão e acreditar que tudo vai dar certo, pois corro um grande risco de por tudo a perder, e segundo, por não conhecer quase nada da submissa, posso fazer algo que ela não esteja preparada e quebrar o encantamento de uma fantasia. O conhecimento das partes favorece os dois lados e estimula o desejo de viver uma relação. No entanto, isso não basta para garantir o seu sucesso, mas é o começo de uma vivência, que no caso da minha, tem princípios consolidados, e não dá para mudar as regras e a fantasia em todo momento. Não estou afirmando que as fantasias não são imutáveis, elas mudam sim, principalmente quando vão tomando forma e se tornando realidade. Porém, essas mudanças são graduais, devem acontecer com maturidade e acompanhadas de muita conversa, para evitar que haja quebra de expectativas e se chegue a um fim inesperado da relação. Iniciada a vivência, no meu caso uma relação D/s, a submissa não pode perder de vista que me transferiu o controle de sua vida, delegou-me o poder para guiar os seus passos. O que antes era simples como aceitar o convite de uma amiga para sair ou escolher a cor de um esmalte, ganha um novo sentido: o de se submeter! Passa a ter que pedir e de ser autorizada a fazer as coisas dentro do contexto da fantasia. As atividades passam a ser controladas; como a expressão que gosto de usar no Reino: submissa tem que abanar o rabo, dar satisfação de tudo e principalmente cumprir as regras. Gosto também de dizer sempre que para continuarem na sua zona de conforto, fazendo tudo o que gostam da forma que sempre fizeram, é melhor escolher o outro lado do chicote e viverem o papel de Rainha. Os primeiros encontros, ainda em fase de adaptação, geralmente são muito apreciados pela escrava, mas como não podem ser tão frequentes, ou com período de tempo mais longo, nem sempre a escrava tem condição de demonstrar todas as suas qualidades de uma só vez. Isso fica por conta do dia-a-dia, esse sim é que dá oportunidade a ela de mostrar sua força, sua entrega e sua submissão. Na minha caminhada SM, não tenho lembrança de ter ouvido nenhuma escrava dizer que surtou porque teve que ficar uma tarde sem comer, ou porque dormiu mal uma noite sobre o tapetinho no chão, enquanto a Nobreza se esbaldava na cama. Quando as tarefas e as vivências começam a se repetir entra a rotina.. E a rotina cansa e muito por sinal! Ela é o maior teste de provação para a escrava. E se ela não está preparada, ou com propósitos firmes começam a aparecer os problemas. De repente as coisas não funcionam mais como antes, a motivação já não é a mesma, tudo fica difícil, tudo precisa ser justificado: Por que eu? Por que só comigo? Por que assim? Nesse momento, como eu gosto de dizer: é chegada a hora de separar as escravas das crianças, ou seja, as que realmente querem viver a fantasia, conforme foi combinado no momento da negociação, daquelas que passam a ter outros propósitos e a fantasia em si se perde. É aí que tomo as palavras do Capitão Nascimento: não está agüentando k-07? Pede para sair! Com muita maturidade o mais sensato é Dono e escrava pararem a relação D/s de forma respeitosa. Cria-se espaço para uma amizade sincera com algumas certezas: esse tipo de fantasia não é algo prazeroso para a escrava, já que a fantasia é do Dominador; que há de se procurar outros relacionamentos mais próximos do que se deseja viver, pois perceber que a fantasia de outrem não a realiza como escrava, não faz de ninguém menos submissa. O importante é perceber que insistir em viver uma fantasia sem prazer e sem compromisso, mais do que trair o outro é trair a si mesmo. http://mestreka.com/bdsm/artigos/dominacao/110-nao-esta-aguentando-pede-para-sair

Falsa submissão

O que torna uma submissa uma falsa submissa, como é de se imaginar, são os objetivos da sua submissão. Desde que não seja o sincero prazer erótico obtido através do ato de servir ao Dominador que ela escolher e aceitar, ela é uma falsa submissa. Ela pode aceitar se submeter porque apaixonou-se ou ama um Dominador ou Sádico, mas não sente nenhum prazer na prática e sinceramente desejaria que Ele fosse diferente. Nesse caso a sua carência afetiva a faz submissa e não o prazer erótico, ou melhor dizendo, sua carência a faz uma falsa submissa. Outras vezes por frustrações nos seus relacionamentos convencionais, onde os homens aparentemente são muito mais exigentes quanto a beleza física, atributo do qual ela não é lá muito bem dotada, e a concorrência é grande, ela resolve conhecer novos universos, mas mais uma vez por pura carência afetiva. Nesse caso ela acaba por conhecer um Dominador e aceita submeter-se às práticas BDSM em troca de um pouco de afeto e atenção, mas isso não a faz uma autêntica submissa, cujo o prazer está no servir e não na pessoa em si, ou no preenchimento de uma lacuna afetiva aberta na alma. Não é culpa do Dominador não conseguir êxito com tais submissas, porque na verdade são falsas submissas, incapazes de se entregar realmente pelo prazer da submissão. Só conseguem "se entregar" se conquistadas como qualquer outra mulher comum e muitas vezes durante a relação tentam inverter os papeis manipulando o Dominador para atender suas vontades e exigências, à base de chantagens emocionais e de um conceito distorcido de D/s. As vezes até conseguem e muitas já até sondam antes da entrega essa possibilidade. Não havendo não se entregam. O curioso é que se não conseguem, acusam-no muitas vezes de mau Dominador e se conseguem, embora o aprovem, lhe façam reverências e louvem o seu nome para melhor convencerem, ele comprova ser um mau Dominador, vergando-se aos caprichos sutis e exigências veladas de sua suposta escrava, em detrimento de suas próprias vontades. É perfeitamente possível que a mulher por trás da escrava apaixone-se pelo homem por trás do Dominador e vice versa, mas sua submissão não deve estar condicionada a isso, mas às qualidades, características e afinidades que ele apresentar como Dominador. É isso o que interessa a uma autêntica escrava submissa quando está disponível e em busca de relacionamento. Outros motivos para a falsa submissão existem e podem ser também, desde a simples busca de novas e momentâneas aventuras no campo sexual, até o desequilíbrio emocional e a tentativa de expiar através de um Sádico culpas que traga consigo, arquivadas nos labirintos do inconsciente. Uma submissa iniciante, porém autêntica, pode começar errado e ter até propósitos menos sérios de início, por falta de informação, mas com o tempo vai se aperfeiçoando, até fazer reluzir todo o brilho de sua submissão. Já a falsa submissa não evolui, não adianta treinamento. Ela não quer sinceramente ser escrava, os seus objetivos, embora velados e talvez até inconscientes, são outros. Insiste em fazer prevalecer as suas vontades e não há nunca Dominador o bastante para ela, até talvez encontrar um suposto Dom que lhe atenda aos caprichos de mulher comum. Algumas mulheres confundem o desejo comum, que a maioria das mulheres tem, em algum momento, de se relacionar sexualmente com um homem viril, que na cama, as posicione e manipule seus corpos com mais energia e as possua sexualmente de uma forma mais vigorosa e rude, com submissão no BDSM. Gostar de ser manipulada com mais energia por seus amantes na cama, estarem sempre dispostas a fazer sexo com ele ou até mesmo aceitar uns tapas na cara nessa hora, sendo chamadas de prostitutas, não significa submissão BDSM. Uma relação D/s verdadeira extrapola em muito o ato sexual, porém tampouco é submissão entregar toda a vida a um suposto Dominador por pura conveniência, para que ele resolva todos os problemas ou diga como o fazer, já que assume o comando dela. Isto seria mais preguiça e comodismo que submissão. Texto retirado do site: Dom Tormentos. http://www.reinodeka.com/bdsm/artigos/submissao/119-falsa-submissao

Escravas existem?

Pode uma mulher concordar em estar numa suposta situação onde não se possa escapar? A resposta é sim, desde que, essa situação preencha suas fantasias. Muitas mulheres que no dia-a-dia são fortes, seguras, determinadas e de sucesso profissional vivem o papel de escravas, imaginando serem, de forma consensual, humilhadas e castigadas. A magia do jogo está na busca da felicidade. Nessas experiências, as pessoas vivenciam um processo de auto-conhecimento, onde os sentimentos e as sensações são prazerosos. Confiança, respeito, cumplicidade, lealdade e principalmente amor são ingredientes dessa porção mágica. Escravas são pessoas que têm prazer em ceder, colocar a vontade do Dominador em primeiro lugar, entregar o poder que tem sobre si para o outro. O poder mexe com os parceiros. Eles devem curtir o momento e buscar sempre a satisfação dos dois lados, ou o encanto se vai. http://www.reinodeka.com/bdsm/artigos/submissao/151-escravas-existem