domingo, 19 de agosto de 2012

Não está aguentando? Pede para sair!

Esta frase já conhecida tomou mais evidência ainda em todo o Brasil com o Filme Tropa de Elite, na cena em que o protagonista Capitão Nascimento impunha um pesado treinamento aos seus soldados. Aproveitando o lançamento do Filme Tropa de Elite 2 e em conversas que tenho tido recentemente com escravas que me procuram em busca de viver suas fantasias de submissão, resolvi falar um pouco sobre a minha forma de conduzir uma relação D/s. Digo que antemão os questionários de pré-seleção que recebo pelo site, com raríssimas exceções são de pessoas que não conheço no virtual, nem tão pouco no mundo real. Logo, não posso ter nada contra ninguém, que ante a vontade de viver suas fantasias opta por escrever de uma forma educada e transparente sobre seus desejos. Normalmente deste primeiro contato por email, seguem outros, com algumas converso no MSN e com menor número por telefone. Ultimamente tenho até aproveitado algumas oportunidades para conhecer escravas antes de concluirmos as negociações e elas se decidirem por me pertencer. Em todas as conversas eu procuro ouvi-las em seus desejos, mas também falar as principais nuances de minha fantasia. E procuro deixar bem claro o que quero por dois motivos: primeiro porque não tenho mais a ilusão de que depois de uma conversa de uma hora dá para ir para uma sessão e acreditar que tudo vai dar certo, pois corro um grande risco de por tudo a perder, e segundo, por não conhecer quase nada da submissa, posso fazer algo que ela não esteja preparada e quebrar o encantamento de uma fantasia. O conhecimento das partes favorece os dois lados e estimula o desejo de viver uma relação. No entanto, isso não basta para garantir o seu sucesso, mas é o começo de uma vivência, que no caso da minha, tem princípios consolidados, e não dá para mudar as regras e a fantasia em todo momento. Não estou afirmando que as fantasias não são imutáveis, elas mudam sim, principalmente quando vão tomando forma e se tornando realidade. Porém, essas mudanças são graduais, devem acontecer com maturidade e acompanhadas de muita conversa, para evitar que haja quebra de expectativas e se chegue a um fim inesperado da relação. Iniciada a vivência, no meu caso uma relação D/s, a submissa não pode perder de vista que me transferiu o controle de sua vida, delegou-me o poder para guiar os seus passos. O que antes era simples como aceitar o convite de uma amiga para sair ou escolher a cor de um esmalte, ganha um novo sentido: o de se submeter! Passa a ter que pedir e de ser autorizada a fazer as coisas dentro do contexto da fantasia. As atividades passam a ser controladas; como a expressão que gosto de usar no Reino: submissa tem que abanar o rabo, dar satisfação de tudo e principalmente cumprir as regras. Gosto também de dizer sempre que para continuarem na sua zona de conforto, fazendo tudo o que gostam da forma que sempre fizeram, é melhor escolher o outro lado do chicote e viverem o papel de Rainha. Os primeiros encontros, ainda em fase de adaptação, geralmente são muito apreciados pela escrava, mas como não podem ser tão frequentes, ou com período de tempo mais longo, nem sempre a escrava tem condição de demonstrar todas as suas qualidades de uma só vez. Isso fica por conta do dia-a-dia, esse sim é que dá oportunidade a ela de mostrar sua força, sua entrega e sua submissão. Na minha caminhada SM, não tenho lembrança de ter ouvido nenhuma escrava dizer que surtou porque teve que ficar uma tarde sem comer, ou porque dormiu mal uma noite sobre o tapetinho no chão, enquanto a Nobreza se esbaldava na cama. Quando as tarefas e as vivências começam a se repetir entra a rotina.. E a rotina cansa e muito por sinal! Ela é o maior teste de provação para a escrava. E se ela não está preparada, ou com propósitos firmes começam a aparecer os problemas. De repente as coisas não funcionam mais como antes, a motivação já não é a mesma, tudo fica difícil, tudo precisa ser justificado: Por que eu? Por que só comigo? Por que assim? Nesse momento, como eu gosto de dizer: é chegada a hora de separar as escravas das crianças, ou seja, as que realmente querem viver a fantasia, conforme foi combinado no momento da negociação, daquelas que passam a ter outros propósitos e a fantasia em si se perde. É aí que tomo as palavras do Capitão Nascimento: não está agüentando k-07? Pede para sair! Com muita maturidade o mais sensato é Dono e escrava pararem a relação D/s de forma respeitosa. Cria-se espaço para uma amizade sincera com algumas certezas: esse tipo de fantasia não é algo prazeroso para a escrava, já que a fantasia é do Dominador; que há de se procurar outros relacionamentos mais próximos do que se deseja viver, pois perceber que a fantasia de outrem não a realiza como escrava, não faz de ninguém menos submissa. O importante é perceber que insistir em viver uma fantasia sem prazer e sem compromisso, mais do que trair o outro é trair a si mesmo. http://mestreka.com/bdsm/artigos/dominacao/110-nao-esta-aguentando-pede-para-sair

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