Uma pessoa meiga e carinhosa mas também forte e decidida. Submissa mas jamais se deixa ser maltratada sem um porque ou para que....Acima de tudo uma mulher...guerreira e corajosa.
domingo, 19 de agosto de 2012
Não está aguentando? Pede para sair!
Esta frase já conhecida tomou mais evidência ainda em todo o Brasil com o Filme Tropa de Elite, na cena em que o protagonista Capitão Nascimento impunha um pesado treinamento aos seus soldados. Aproveitando o lançamento do Filme Tropa de Elite 2 e em conversas que tenho tido recentemente com escravas que me procuram em busca de viver suas fantasias de submissão, resolvi falar um pouco sobre a minha forma de conduzir uma relação D/s.
Digo que antemão os questionários de pré-seleção que recebo pelo site, com raríssimas exceções são de pessoas que não conheço no virtual, nem tão pouco no mundo real. Logo, não posso ter nada contra ninguém, que ante a vontade de viver suas fantasias opta por escrever de uma forma educada e transparente sobre seus desejos. Normalmente deste primeiro contato por email, seguem outros, com algumas converso no MSN e com menor número por telefone. Ultimamente tenho até aproveitado algumas oportunidades para conhecer escravas antes de concluirmos as negociações e elas se decidirem por me pertencer.
Em todas as conversas eu procuro ouvi-las em seus desejos, mas também falar as principais nuances de minha fantasia. E procuro deixar bem claro o que quero por dois motivos: primeiro porque não tenho mais a ilusão de que depois de uma conversa de uma hora dá para ir para uma sessão e acreditar que tudo vai dar certo, pois corro um grande risco de por tudo a perder, e segundo, por não conhecer quase nada da submissa, posso fazer algo que ela não esteja preparada e quebrar o encantamento de uma fantasia.
O conhecimento das partes favorece os dois lados e estimula o desejo de viver uma relação. No entanto, isso não basta para garantir o seu sucesso, mas é o começo de uma vivência, que no caso da minha, tem princípios consolidados, e não dá para mudar as regras e a fantasia em todo momento. Não estou afirmando que as fantasias não são imutáveis, elas mudam sim, principalmente quando vão tomando forma e se tornando realidade. Porém, essas mudanças são graduais, devem acontecer com maturidade e acompanhadas de muita conversa, para evitar que haja quebra de expectativas e se chegue a um fim inesperado da relação.
Iniciada a vivência, no meu caso uma relação D/s, a submissa não pode perder de vista que me transferiu o controle de sua vida, delegou-me o poder para guiar os seus passos. O que antes era simples como aceitar o convite de uma amiga para sair ou escolher a cor de um esmalte, ganha um novo sentido: o de se submeter! Passa a ter que pedir e de ser autorizada a fazer as coisas dentro do contexto da fantasia. As atividades passam a ser controladas; como a expressão que gosto de usar no Reino: submissa tem que abanar o rabo, dar satisfação de tudo e principalmente cumprir as regras. Gosto também de dizer sempre que para continuarem na sua zona de conforto, fazendo tudo o que gostam da forma que sempre fizeram, é melhor escolher o outro lado do chicote e viverem o papel de Rainha.
Os primeiros encontros, ainda em fase de adaptação, geralmente são muito apreciados pela escrava, mas como não podem ser tão frequentes, ou com período de tempo mais longo, nem sempre a escrava tem condição de demonstrar todas as suas qualidades de uma só vez. Isso fica por conta do dia-a-dia, esse sim é que dá oportunidade a ela de mostrar sua força, sua entrega e sua submissão.
Na minha caminhada SM, não tenho lembrança de ter ouvido nenhuma escrava dizer que surtou porque teve que ficar uma tarde sem comer, ou porque dormiu mal uma noite sobre o tapetinho no chão, enquanto a Nobreza se esbaldava na cama.
Quando as tarefas e as vivências começam a se repetir entra a rotina.. E a rotina cansa e muito por sinal! Ela é o maior teste de provação para a escrava. E se ela não está preparada, ou com propósitos firmes começam a aparecer os problemas. De repente as coisas não funcionam mais como antes, a motivação já não é a mesma, tudo fica difícil, tudo precisa ser justificado: Por que eu? Por que só comigo? Por que assim? Nesse momento, como eu gosto de dizer: é chegada a hora de separar as escravas das crianças, ou seja, as que realmente querem viver a fantasia, conforme foi combinado no momento da negociação, daquelas que passam a ter outros propósitos e a fantasia em si se perde. É aí que tomo as palavras do Capitão Nascimento: não está agüentando k-07? Pede para sair!
Com muita maturidade o mais sensato é Dono e escrava pararem a relação D/s de forma respeitosa. Cria-se espaço para uma amizade sincera com algumas certezas: esse tipo de fantasia não é algo prazeroso para a escrava, já que a fantasia é do Dominador; que há de se procurar outros relacionamentos mais próximos do que se deseja viver, pois perceber que a fantasia de outrem não a realiza como escrava, não faz de ninguém menos submissa. O importante é perceber que insistir em viver uma fantasia sem prazer e sem compromisso, mais do que trair o outro é trair a si mesmo.
http://mestreka.com/bdsm/artigos/dominacao/110-nao-esta-aguentando-pede-para-sair
Falsa submissão
O que torna uma submissa uma falsa submissa, como é de se imaginar, são os objetivos da sua submissão. Desde que não seja o sincero prazer erótico obtido através do ato de servir ao Dominador que ela escolher e aceitar, ela é uma falsa submissa. Ela pode aceitar se submeter porque apaixonou-se ou ama um Dominador ou Sádico, mas não sente nenhum prazer na prática e sinceramente desejaria que Ele fosse diferente. Nesse caso a sua carência afetiva a faz submissa e não o prazer erótico, ou melhor dizendo, sua carência a faz uma falsa submissa. Outras vezes por frustrações nos seus relacionamentos convencionais, onde os homens aparentemente são muito mais exigentes quanto a beleza física, atributo do qual ela não é lá muito bem dotada, e a concorrência é grande, ela resolve conhecer novos universos, mas mais uma vez por pura carência afetiva. Nesse caso ela acaba por conhecer um Dominador e aceita submeter-se às práticas BDSM em troca de um pouco de afeto e atenção, mas isso não a faz uma autêntica submissa, cujo o prazer está no servir e não na pessoa em si, ou no preenchimento de uma lacuna afetiva aberta na alma.
Não é culpa do Dominador não conseguir êxito com tais submissas, porque na verdade são falsas submissas, incapazes de se entregar realmente pelo prazer da submissão. Só conseguem "se entregar" se conquistadas como qualquer outra mulher comum e muitas vezes durante a relação tentam inverter os papeis manipulando o Dominador para atender suas vontades e exigências, à base de chantagens emocionais e de um conceito distorcido de D/s. As vezes até conseguem e muitas já até sondam antes da entrega essa possibilidade. Não havendo não se entregam. O curioso é que se não conseguem, acusam-no muitas vezes de mau Dominador e se conseguem, embora o aprovem, lhe façam reverências e louvem o seu nome para melhor convencerem, ele comprova ser um mau Dominador, vergando-se aos caprichos sutis e exigências veladas de sua suposta escrava, em detrimento de suas próprias vontades.
É perfeitamente possível que a mulher por trás da escrava apaixone-se pelo homem por trás do Dominador e vice versa, mas sua submissão não deve estar condicionada a isso, mas às qualidades, características e afinidades que ele apresentar como Dominador. É isso o que interessa a uma autêntica escrava submissa quando está disponível e em busca de relacionamento.
Outros motivos para a falsa submissão existem e podem ser também, desde a simples busca de novas e momentâneas aventuras no campo sexual, até o desequilíbrio emocional e a tentativa de expiar através de um Sádico culpas que traga consigo, arquivadas nos labirintos do inconsciente.
Uma submissa iniciante, porém autêntica, pode começar errado e ter até propósitos menos sérios de início, por falta de informação, mas com o tempo vai se aperfeiçoando, até fazer reluzir todo o brilho de sua submissão. Já a falsa submissa não evolui, não adianta treinamento. Ela não quer sinceramente ser escrava, os seus objetivos, embora velados e talvez até inconscientes, são outros. Insiste em fazer prevalecer as suas vontades e não há nunca Dominador o bastante para ela, até talvez encontrar um suposto Dom que lhe atenda aos caprichos de mulher comum.
Algumas mulheres confundem o desejo comum, que a maioria das mulheres tem, em algum momento, de se relacionar sexualmente com um homem viril, que na cama, as posicione e manipule seus corpos com mais energia e as possua sexualmente de uma forma mais vigorosa e rude, com submissão no BDSM. Gostar de ser manipulada com mais energia por seus amantes na cama, estarem sempre dispostas a fazer sexo com ele ou até mesmo aceitar uns tapas na cara nessa hora, sendo chamadas de prostitutas, não significa submissão BDSM. Uma relação D/s verdadeira extrapola em muito o ato sexual, porém tampouco é submissão entregar toda a vida a um suposto Dominador por pura conveniência, para que ele resolva todos os problemas ou diga como o fazer, já que assume o comando dela. Isto seria mais preguiça e comodismo que submissão.
Texto retirado do site: Dom Tormentos.
http://www.reinodeka.com/bdsm/artigos/submissao/119-falsa-submissao
Escravas existem?
Pode uma mulher concordar em estar numa suposta situação onde não se possa escapar? A resposta é sim, desde que, essa situação preencha suas fantasias.
Muitas mulheres que no dia-a-dia são fortes, seguras, determinadas e de sucesso profissional vivem o papel de escravas, imaginando serem, de forma consensual, humilhadas e castigadas. A magia do jogo está na busca da felicidade.
Nessas experiências, as pessoas vivenciam um processo de auto-conhecimento, onde os sentimentos e as sensações são prazerosos. Confiança, respeito, cumplicidade, lealdade e principalmente amor são ingredientes dessa porção mágica. Escravas são pessoas que têm prazer em ceder, colocar a vontade do Dominador em primeiro lugar, entregar o poder que tem sobre si para o outro.
O poder mexe com os parceiros. Eles devem curtir o momento e buscar sempre a satisfação dos dois lados, ou o encanto se vai.
http://www.reinodeka.com/bdsm/artigos/submissao/151-escravas-existem
Como nasce uma submissa...
Nós, escravas e submissas, costumamos dizer que "nascemos escravas" ou que "somos submissas de alma" e que isso vai facilitar a vida com o DONO. Entramos na relação, certas de que tudo vai dar certo e que cumprir ordens, passar por privações e provações será fácil já que "nascemos para isso". Mas não se iludam, nem sempre "querer é poder".
Se levarmos em conta que a grande maioria das relações são vividas à distância e através de um contato virtual, é necessário que se tenha o firme propósito de viver a relação com seriedade e determinação, já que nem sempre existe a presença física. Devemos ter em mente que estamos vivendo por opção própria o papel que escolhemos.
Dia desses, visitando um Blog observei que uma leitora baunilha dizia mais ou menos assim: "Como é possível alguém obedecer ordens de verdade, através do virtual? Como o Dominador vai se sentir seguro de que a escrava O está servindo e cumprindo à risca às Suas ordens?" Entre outras coisas ela dizia também que não acreditava no SM e que era impossível que nos dias de hoje, com um mundo tão liberal, alguém sentir prazer em ser usado por outra pessoa, cumprir ordens, passar por privações e até mesmo gostar de apanhar e sentir dores...embora admitisse que um pouco de fetiche deixava a relação mais emocionante... rs!
Isso me fez refletir sobre algumas coisas que sempre encontro na internet. Por exemplo a mentira. Por mais que eu tente entender, não consigo ver onde existe prazer numa relação em que a escrava não viva sua submissão honestamente. Mentir, enganar o Dono, se passar por quem não é...e só para citar alguns exemplos. É comum encontrarmos escravas portando coleiras respeitadas que alardeiam sua submissão e que na verdade vivem uma mentira.
A mim, não me parece nada prazeroso viver algo dessa forma. O que leva uma pessoa que optou em ser escrava e que porta uma coleira por mero desejo seu, mentir, enganar ou viver de aparência. Se sou submissa e vivo aos pés de meu DONO, como não vou cumprir as ordens determinadas por Ele? Que graça tem eu vir a público explanando todas as minhas vîvências, escrever poemas, textos alardeando minha "linda" submissão, sem passar pelos Treinamentos que são necessários para o meu crescimento?
Muitos dizem que o que se vive no SM é um teatro. Se vive a Dominação/submissão no papel que escolhemos viver, mas que em volta a vida continua e o mundo lá fora nos espera. Em alguns pontos posso até concordar, mas para mim viver a submissão é pertencer sim de "corpo e alma" a meu DONO. É me entregar ao prazer que tenho em pertencer a Ele. Quando estou cumprindo Suas ordens, sofrendo as privações que Ele me impõe, me sinto submissa de verdade e aí para mim acaba o teatro e começa a realidade. Que prazer teria eu senão cumprisse as ordens?...se mentisse sobre elas? Aí sim seria só teatro.
Através das privações, provações, tarefas e castigos, o Mestre vai me formando. Me descobri submissa, mas não seria uma se não estivesse aos pés do DONO, servindo-O, cumprindo Suas vontades e desejos. Entendo que é assim que Ele me transforma a cada dia. Os caminhos que sigo como escrava são traçados pelo meu Mestre e Senhor e trilho esses caminhos com a certeza de que é para o meu bem.
O que faz uma escrava crescer aos olhos do Dono, senão as suas próprias vivências? Cada limite que avanço...cada obstáculo que supero, mais forças adquiro para continuar. Os desejos de meu DONO são os meus. A Ele me entrego para que me molde como desejar. Me ajoelho diante de Sua sabedoria e vontade todos os dias e é isso que me faz sempre muito feliz!!!
por: karla { K@ }
Natureza rebelde e submissão: como dar conta disso...
A decisão de se tornar escrava submissa é livre para toda mulher. Ao assumir esse papel ela sabe que ao seu Dono deve obedecer e Ele, por sua vez, cobrará dela obediência e postura submissa na relação D/s, que decidiram viver em comum acordo.
No entanto, percebo que a maioria das mulheres que procuram viver o SM na condição de submissa, traz de sua vida baunilha, um temperamento oposto ao que procuram. Geralmente são mulheres de gênio forte e natureza rebelde e exatamente por serem assim é que buscam na submissão, equilíbrio para a sua natureza.
Como lidar com os mais diversos tipos de ordenamentos do Dono, sendo que nem todos eles são assimilados com facilidade? Como obedecer e se submeter se a natureza insiste descontroladamente em se rebelar?
Esse é o desafio constante de toda submissa que traz consigo uma natureza rebelde. A priori é um contrassenso rebeldia e a submissão, mas para a mulher que tem essa natureza e decide viver uma relação D/s é necessário cuidado redobrado e busca constante do equilíbrio. Quando uma submissa desobedece por rebeldia, o Dono repudia a atitude dela, pois está ferindo ao que foi acordado. Por outro lado, a submissa quando se vê nessa situação, muitas vezes, assume para si um sentimento de culpa que pode ser pior do que os mais severos castigos. Ela queria tanto… mas não conseguiu! O desejo da submissa foi violado por um ato impensado, um gesto brusco agressivo, uma contestação. O desequilíbrio se estabelece em ambas as partes.
Uma das situações onde mais se percebe a rebeldia de uma submissa, não só dela, mas no caso estou me referindo a submissão, é a tão conhecida situação de ciúme. A relação D/s é muito intensa, quando ela está dando certo, o inconsciente da mulher, antes mesmo da submissa, tende a querer ter controle sobre o Dono, por mais que a realidade seja outra, os fatos dizem abertamente que ela não tem esse direito, esse sentimento de posse insiste em atormentá-la. É comum isso acontecer quando o Dono tem sob seu domínio mais de uma submissa e dá mais atenção a outras. Não somente a outra submissa, mas uma Rainha convidada, ou qualquer pessoa que possa desestabilizar a zona de conforto da submissa. Sentir-se preterida, fragilizada pelo Dono é uma situação propícia para desencadear sentimentos de rebeldia. Porém não é só o ciúme que provoca esse instinto rebelde, outras situações também, esse foi apenas um exemplo.
Há de se considerar que grande parte dos dominadores sente mais prazer quando consegue envergar a rebeldia da uma escrava do que tê-la na condição sempre passiva e cordata. No entanto, tudo tem limite, a constância de atos rebeldes pode desgastar e até mesmo por um fim na relação. Uma coisa é agir impulsivamente com rebeldia, outra é fazer disso um modo de vida e colocar em cheque a autoridade de quem domina.
Não há remédio, nem fórmula mágica que controle essa natureza explosiva, a não ser diligência constante. A “sub-rebelde” deve estar atenta e tentar se controlar nas mais diversas situações-limite para não ter do que se arrepender. O bom da história é que quanto mais o Dono vê a submissa se conter e forjar sua natureza amotinada, mais Ele se aproxima dela.
Por: kalía { K@ }
Haréns e relacionamento D/s
Quando estamos numa relação baunilha, apesar das dificuldades em se lidar com as diferenças, há uma certa tranquilidade por conhecermos este tipo de relação desde a infância. Somos educados para vivê-las de forma a tornarem-se normais.
Já nas relações SM, mesmo respeitando o SSC, as coisas são bem diferentes: mexemos com o eu interior, com o que realmente somos, com que o gostamos. Acreditamos na liberdade de sentir e agir sem as amarras que nos são impostas pela sociedade.
Ao nos permitirmos viver uma relação de Dominação e submissão temos que ser fiel àquilo que acreditamos e esperamos da relação. Quando o Dono tem a fantasia de possuir um harém a complexidade aumenta. Sentimentos como ciúme, carência, raiva e medo afloram-se nos fazendo lembrar de sentimentos baunilhas tão intrínsecos principalmente numa mulher.
Mesmo sendo SM, como lidar com tais sentimentos? Parte cabe ao Dono: na forma como conduz e entende a relação. A outra parte cabe à submissa, que precisa ter maturidade e determinação para aprender a lidar com os sentimentos construídos ao longo de uma vida inteira. Ambos precisam saber muito bem o que desejam e esperam da relação.
Nós submissas precisamos descobrir a motivação correta para viver nossas fantasias.
Numa sessão SM pura e simples os papéis ficam muito claros. Tudo fica muito diferente e complicado quando entre as sessões se misturam algumas situações baunilhas onde o estimulo não está indo apenas para a submissa e sim para o todo (mulher/submissa).
O Dono quer ir ao cinema ou sair para jantar e vai com sua submissa. Ainda que se estipule algumas regras mais veladas, como a submissa ter que sair sem calcinha por exemplo, todas as atitudes dele estimularão também a mulher.
É nesta hora que a submissa precisa ter bem o pé no chão. Qual submissa já não sonhou em juntar a vida SM com a baunilha? Muitas sonham com isto, mas há de se perceber se o Dominador também tem este desejo. Para muitos não existe esta possibilidade.
Num harém se a motivação da submissa for apenas baunilha, a relação esta fadada ao fracasso, por todos os sentimentos agregados. Por outro lado, se a motivação for apenas SM, tudo fica mais tranquilo, pois tanto o Dominador e a submissa tem bem claro qual o tipo de relação desejam viver.
Numa relação onde o Dono tem mais de uma submissa, ela tem que se preocupar em satisfazer o seu Dono. Não deve se preocupar com a entrega das outras. Não deve se deixar levar pela competição. Imagine a grandeza do desprendimento, em ajudar uma outra submissa a se arrumar para o Dono. Entender e respeitar que naquele momento não é com você que ele quer estar. Acredito ser o ápice da entrega e submissão.
por: Klara * K@ *
sábado, 25 de fevereiro de 2012
EMPRÉSTIMO DE ESCRAVAS
Quando se pergunta sobre empréstimo de escravas, logo vem-nos à cabeça respostas simplistas como “empresto ou não empresto”, “tenho ciúme ou não tenho ciúme”, “ela quer/deixa ou não”, que levam ao “Depende do Consensual” ou “Estando no contrato com minha escrava, tenho direito”.
Em primeiro lugar é pleonasmo dizer que algo no BDSM tem que ser Consensual. Pois “TUDO” no BDSM tem que ser consensual, mesmo fazendo parte de um consensual amplo e irrestrito representado pela entrega total da escrava que abre mão de todos os seus limites e se entrega integralmente nas mãos e nos desejos de seu Mestre, pois mesmo aí existiu o Consensual no momento prévio em que ela fez essa entrega total.
Por outro lado também não acredito na força dos contratos de submissão. E caso a permissão para o empréstimo esteja lá, o principal foi a consensualidade da escrava em incluí-lo e não a existência de tal contrato que não gera um direito obrigacional real e nem tem força coercitiva (mesmo pq coação não faz parte do BDSM), mas tão somente representa uma exposição textual e física dos sentimentos, condutas e entrega da sub.
Prosseguindo, o que leva um Mestre a emprestar sua escrava e esta a “consentir” isso ?
Se o empréstimo é feito porque a escrava quer ampliar seu numero de parceiros, estamos – na minha opinião – mais num caso de libertinagem do que de empréstimo BDSM.
Nada contra a libertinagem. Longe de mim condená-la. E se este é o estilo, o desejo e o objetivo do casal, que se ponha em prática intensamente, sem culpas, sem falsos moralismos e sem limites. Porém, devo aqui falar sobre minhas convicções quanto ao meu estilo de BDSM, e delas depreendo que a escrava numa relação BDSM (no “BDSM Romântico” como defino meu estilo) deve escolher a um Dono exclusivo e a ele se dedicar integralmente. A escrava não tem a liberdade para mudar de parceiros a cada dia/momento, variando e multiplicando livremente o numero de Dominadores (pq quem esteja numa situação dessas não é Dono, é Dominador apenas). Esta é a minha visão da MINHA escrava submissa. Porque como digo, não SE É SUB. simplesmente, se é sub DE ALGUÉM.
É neste contexto que acredito que muitos respondem se emprestariam ou não suas escravas. Ou seja, na verdade respondem se teriam ciúmes delas e se julgariam o ato uma infidelidade e por isso não aceitariam que ela FOSSE DE OUTRO, ou então diriam não ter ciúmes (ou não o assumiram) e assim emprestariam livremente sua escrava, até mesmo para implementar uma possível fantasia que faça parte do universo deles.
Mas há um detalhe importante no empréstimo BDSM: a escrava não é do outro em momento algum, ela continua sendo SÓ DE SEU DONO, mesmo estando nas mãos do outro e sendo usada por ele.... Duvidam ? ...
Ainda nas respostas, vejo que muitas vezes o impedimento do empréstimo nem vem do Mestre que se agrada ou não com ele, mas sim da escrava que o inclui em seus limites. E pq inclui ? Primeiro por não ser e nem querer viver uma fantasia libertina, segundo porque o empréstimo para ela (e para seu Mestre também) nem soa como ciúme ou não, muito menos com grandeza. Soa como DESPREZO do Mestre pela escrava. Ou seja, o Mestre empresta sua escrava na tentativa de mostrá-la que ela não tem o menor valor ou importância para ele e por isso mesmo ele a dá e empresta sem nenhum constrangimento, sentimento, rancor ou ciúme.
Mas o empréstimo – na minha opinião - não pode ser usado como humilhação ou desprezo. NUNCA !! Muito pelo contrário. Ele dignifica a escrava e mostra a intensidade de sua submissão, dedicação e entrega a seu Dono.
Mas como ? Perguntariam alguns... Como Pode a escrava demonstrar pertencer intensa e EXCLUSIVAMENTE a seu Dono, exatamente no momento em que está sendo emprestada e usada por outra pessoa ?
Ora, parafraseando o clássico “História de O”, de Pauline Réage, a maior prova de que a escrava pertence a um Mestre é ele poder emprestá-la, pois só se pode emprestar, aquilo que nos pertence !!
À primeira vista isto pode parecer consolo de corno, mas não é. E é por isso que o mais importante no empréstimo é se avaliar e se cumprir o seu objetivo, qual seja, o da escrava demonstrar sua dedicação e entrega a seu Dono e este confirmar sua posse e poder sobre o corpo e desejos de sua serva.
A escrava não escolhe e nem aceita o outro homem para quem está sendo entregue. Ela não está querendo experimentar e estar com a outra pessoa, sendo infiel com seu Dono ou querendo variar e ampliar o número de parceiros. Ela estará tão somente e sublimemente exercitando a sua submissão exclusiva a seu Dono, obedecendo-o e entregando seu corpo a ele a tal ponto que ele possa dá-lo a quem quiser.
Assim, é importantíssimo no empréstimo que a escrava esteja entregando seu corpo não ao outro homem, mas sim a seu Dono. Ela deve entregar seu corpo e seus desejos àquele que escolheu servir e este sim pode dá-lo a quem bem aprouver e sob sua exclusiva escolha e arbítrio. Este é o verdadeiro empréstimo BDSM. O “outro homem” pouco representa na relação. A entrega esta sendo feita pela escrava a seu Dono que comprova desta forma ter a posse total e irrestrita do corpo dela através do seu uso por quem ele determinar livremente. Isto sim é literalmente se dizer que o Mestre é o DONO do corpo e dos desejos da escrava e por isso pode emprestá-lo a quem quiser.
Há casos de empréstimos nos quais o Dono tem o objetivo de emprestar a escrava a outro Mestre para a evolução dela (p.ex.: Um Mestre que não saiba fazer uma determinada cena ou prática e empresta a sua escrava a um outro que saiba para que ela experimente, ou um Mestre que queira que sua escrava experimente a sensação de pertencer a outro Mestre para que ela confirme sua escolha, etc...), hipótese em que a entrega tem que ser mais efetiva e o outro Mestre realmente terá o controle da situação, podendo inclusive ficar sozinho com a escrava.
Existem também empréstimos exclusivamente para cenas, onde não há qualquer contato sexual ou de libido com a escrava. Por exemplo: um empréstimo para um spanking, ou para um Bondage.
Porém, num empréstimo puro e simples e com contato sexual envolvido, como garantir que a escrava não esta “querendo” o outro homem e está disfarçando este desejo dizendo entregar seu corpo a seu Mestre e não ao outro ?
Simples. Não deixe que ela saiba para quem está sendo emprestada, pois, sendo assim, como ela poderá estar desejando-o ou escolhendo-o ?
...
Mas como fazer isso ?
Em primeiro lugar, frise-se que o mais importante e mais difícil é escolher a pessoa certa. Sim... Pasme-se, mas é DIFICÍLIMO encontrar um “outro homem” que queira participar da cena, em especial porque a maioria dos grandes Mestres não se agrada de possuir uma escrava emprestada. Eles querem e tem suas próprias escravas e por isso para que possuir a de outro sob empréstimo ? E imagina-se que isto ocorrendo, o Mestre arrendador estará na verdade “fazendo um favor a um amigo (O Dono da escrava)” e não “se aproveitando ou se deleitando com a escrava alheia”.
Além disso, é preciso que seja uma pessoa confiável e que entenda o que está acontecendo ali. Não agradaria a nenhum Mestre emprestar a escrava a um cético ignorante que sairia da cena julgando-os um Mestre corno e uma escrava promíscua, em vez de respeitar e valorizar aquela cena especial.
Assim, o escolhido deve ser alguém confiável e que se sujeite às regras do jogo. Porque – nesta forma de empréstimo - o Mestre em momento algum se afastará dos dois e o escolhido deve respeitar as determinações e limites impostos prévia e no momento pelo Dono da escrava, que é quem irá orquestrar toda a cena e se manter como Dono ÚNICO dela.
Por fim, o escolhido não deve sair daquela relação iludido em julgar que houve algum envolvimento ou algum interesse da escrava por ele. Porque não houve. Tentar algum contato ou sedução posterior com ela é ridículo, condenável e inadmissível. E de uma forma bem fria de análise, dá bem para reparar quem foi “usado” ali, não ? *RRR...
Mas encontrando a pessoa certa, como evitar um envolvimento da escrava com ele ? Simples. A escrava não deve saber nem “quem” ele é e nem “como” ele é. Para isso ela não participa de nenhum processo de escolha. Afinal, se participasse, ela estaria de alguma forma se entregando ao outro, pois escolheria seu tipo e aquele que lhe gerasse desejo e não é este o intuito. A escrava apenas entrega seu corpo totalmente AO SEU DONO, e este sim irá definir sozinho e sem nenhuma consulta, interferência ou preferência da escrava, a quem a mesma será emprestada, e se for alguém que ela nunca escolheria, melhor.
Já durante a sessão de empréstimo, a escrava deve ser vendada cuidadosamente de forma a garantir que a mesma não tenha a menor condição de ver o escolhido, devendo-se combinar que o mesmo fale o mínimo possível durante a cena e, por fim, deve-se deixar a escrava amarrada o maior tempo possível, pois assim, nem mediante o tato ou o toque a mesma poderá definir “como é” o homem para quem está sendo emprestada.
Desta forma, sem saber quem ele é nem como é, sem ver, sem ter conversado, sem ter escolhido, sem ter avaliado, sem tê-lo desejado, a quem a escrava está dando seu corpo ? Ao “outro” ? Claro que não ! Sem saber quem é e nem como ele é ? Ora, ela entregou seu corpo antecipadamente a seu Mestre e ali naquele momento, está apenas confirmando a plenitude desta entrega e a intensidade e poder da posse de seu Dono ao ser de quem ELE determinou, seja quem for.
E para que tudo saia conforme o previsto, é preciso que a escrava só seja solta e desvendada quando o outro for embora, e que este nunca a procure e nem lhe seja dito ou mostrado quem ele é.
Para as mulheres eu perguntaria: No fim das contas isso tudo não é algo extremamente excitante que seu Dono estaria lhe proporcionando ? Ter na lista dos homens que já possuíram seu corpo um que vc. não tem a mínima idéia de quem é e nem mesmo como ele é ? Já imaginou participar de encontros BDSM e imaginar se não estaria ali o tal homem ? Ele sabendo quem vc. é, e vc. não ?
E para os Mestres que não experimentaram tal prática, vocês não imaginam a sensação única de poder que é dispor de um corpo feminino e poder vê-lo guiado e obedecendo às suas vontades, não para si mesmo, mas dispondo-o para quem vc determinar. Vc. escolhe, não ela.
...
Mas nem tudo são rosas. São necessários alguns cuidados importantíssimos, não só no tocante à saúde e segurança do empréstimo, mas também com a parte emocional tanto da escrava, como do próprio Mestre.
Se a escrava não estiver convicta de que o intuito do empréstimo e seu contexto único é a comprovação de que seu corpo pertence ao seu Dono e por isso ele pode emprestar a quem quiser, NUNCA, mesmo sob permissão e consensualidade, mesmo sob a égide da entrega total da escrava, não se deve emprestá-la jamais. Primeiro pelo risco mais egoísta de que ela pode é estar querendo outro homem e está usando o empréstimo como justificativa (e assim traindo a confiança de seu Mestre e seus dogmas BDSM), ou mesmo vir a se agradar e se envolver com aquele outro no empréstimo e – pior – depois dele. Segundo porque se esta escrava não consegue entender, concordar e assumir a dinâmica verdadeira e honesta do empréstimo, o mesmo será na realidade uma grande AGRESSÃO à sua honra, à sua moral, à sua libido e a beleza da relação que tem com seu Dono, que pode até mesmo acabar por fazê-la se enojar dele e do BDSM. Ela pode acabar, em vez de orgulho e de convicção em sua entrega e submissão, sentir-se rejeitada, desvalorizada, agredida, ofendida e principalmente, pode sentir-se promíscua e obscena, o que – não me contestem – a escrava submissa não é, muito pelo contrário, e menos ainda neste momento especial.
Por isso, o empréstimo nem mesmo deve ser uma “prova de submissão da escrava feita sob pressão” nem um teste de confirmação da entrega total, porque não é. Pois se não se confirmar, mediante muito diálogo e sinceridade que a escrava está ciente e convicta da dinâmica do empréstimo, não há nada que justifique que o mesmo seja feito.
Mas não falemos só dos problemas com a escrava. E o Mestre ? É preciso que ele tenha muito, mas muuuuito cuidado para não ser leviano e precipitado neste empréstimo. Ele deve conhecer e avaliar muito bem seus próprios sentimentos para com aquela escrava em especial que irá emprestar e se existe em seu íntimo algum ciúme por ela. Assim ele evita de, por capricho ou exibicionismo, precipitada e erroneamente emprestá-la. Isso porque, não nos iludamos: na hora do empréstimo, por mais que o mesmo se processe da forma como narrei acima, algum mínimo e instintivo envolvimento irá ter entre a escrava e o escolhido. Afinal, estamos falando de um homem e uma mulher num ato sexual e erótico. Logo, isso pode facilmente acontecer e não há como exigir que a escrava se mantenha impassível, frígida e não sinta como mulher absolutamente nada durante o empréstimo, senão sua submissão e dedicação a seu Dono. É claro que não. Por isso o Mestre deve estar preparado para neste momento, aceitá-lo maduramente e entendê-lo, e não acabar por tirar o escolhido de cima da escrava e espancá-la violentamente num frenesi de ciúme incontrolável.
Enfim, o Mestre também deve entender o significado e importância do empréstimo no BDSM. Ele não pode deixar que nenhum resquício ruim reste da cena e acabe por julgar depois sua escrava uma depravada por tê-la feito (tem doido que seria ingrato a este ponto), ou pior, ele mesmo ter feito o empréstimo na tentativa de sufocar um envolvimento e um sentimento maior que esteja surgindo, ou – o mais condenável – fazer o empréstimo como um ato de desprezo à sua escrava.
Isso tudo é inadmissível.
Aquele ato está sendo uma das maiores provas de que a escrava pertence a seu Dono, confia nele cegamente a ponto de por em suas mãos seu corpo não só para ele mas para quem ele determinar. Da mesma forma, é um momento de poder único para um homem, um Mestre, um Dono. Logo, não há que se deixar surgir sentimentos mesquinhos ou inseguros, muito menos esconder a grandeza daquele momento sob a égide de poder prepotente, ciúme frágil, ressentimentos ou falta de reconhecimento do grande valor e dedicação de uma escrava submissa.
É a minha opinião,
Jot@SM
EM TEMPO: Nunca peça ou sugira a um Mestre que ele empreste sua escrava, nem mesmo insinue perguntando se ele o faz. Não é de bom tom, mesmo para um Mestre que sabidamente já tenha emprestado escravas. Mesmo porque, cada caso é um caso, cada escrava é uma escrava. Seja por respeito aos limites/estilo dela, seja pela forma/intensidade e intenção/pretensão de relacionamento que o Dono tem com aquela escrava em especial.
Subscrever:
Mensagens (Atom)