sábado, 26 de junho de 2010

SONETO DE DEVOÇÃO



Essa mulher que se arremessa,
fria e lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia Versos,
votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Vinicius de Morais

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